ATA DA CENTÉSIMA SESSÃO
ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEXTA LEGISLATURA,
EM 17-10-2013.
Aos dezessete dias do mês
de outubro do ano de dois mil e treze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do
Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e
quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores
Alceu Brasinha, Any Ortiz, Bernardino Vendruscolo, Delegado Cleiton, Dr.
Thiago, Engº Comassetto, Fernanda Melchionna, Guilherme Socias Villela, João
Carlos Nedel, João Derly, Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Mônica Leal, Paulinho
Motorista, Reginaldo Pujol, Séfora Mota e Waldir Canal. Constatada a existência
de quórum, o senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão,
compareceram os vereadores Alberto Kopittke, Cassio Trogildo, Elizandro Sabino,
Idenir Cecchim, Jussara Cony, Lourdes Sprenger, Marcelo Sgarbossa, Mario
Manfro, Mauro Pinheiro, Nereu D'Avila, Paulo Brum, Pedro Ruas, Professor
Garcia, Tarciso Flecha Negra e Valter Nagelstein. À MESA, foram encaminhados: o
Projeto de Lei do Legislativo nº 298/13 (Processo nº 2682/13), de autoria do
vereador Alberto Kopittke; o Projeto de Lei do Legislativo nº 338/13 (Processo
nº 2938/13), de autoria do vereador Delegado Cleiton; o Projeto de Lei do
Legislativo nº 276/13 (Processo nº 2442/13), de autoria do vereador Dr. Thiago;
o Projeto de Lei do Legislativo nº 320/13 (Processo nº 2846/13), de autoria da
vereadora Mônica Leal; e o Projeto de Lei do Legislativo nº 319/13 (Processo nº
2845/13), de autoria do vereador Nereu D'Avila. Também, foi apregoado o Ofício
nº 1258/13, do senhor Prefeito, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo nº
040/13 (Processo nº 2985/13). Após, foi apregoado o Memorando nº 040/13, de
autoria da vereadora Sofia Cavedon, deferido pelo senhor Presidente,
solicitando autorização para representar externamente este Legislativo, hoje,
na 7ª Feira Estadual de Ciência e Tecnologia e Ensino Médio Politécnico, na
Casa do Gaúcho, em Porto Alegre. Ainda, foi apregoado o Ofício nº 133/13, de
autoria do vereador Dr. Thiago, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre,
indicando a vereadora Luiza Neves para representar externamente este
Legislativo, hoje, no XII Congresso Estadual das Santas Casas e Hospitais
Filantrópicos do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre. Do EXPEDIENTE, constaram
Comunicados do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação do Ministério da
Educação, emitidos no dia vinte e três de setembro do corrente. A seguir, o
senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao senhor Milton
Siles Simas Júnior, Presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no
Estado do Rio Grande do Sul, que discorreu sobre a campanha salarial
empreendida no corrente ano pela categoria dos jornalistas. Em continuidade,
nos termos do artigo 206 do Regimento, os vereadores Mônica Leal, Reginaldo
Pujol, Pedro Ruas, Jussara Cony, Any Ortiz, Delegado Cleiton, Fernanda
Melchionna, Professor Garcia, Paulinho Motorista, Engº Comassetto, Séfora Mota
e Tarciso Flecha Negra manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a
Tribuna Popular. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se a vereadora Mônica
Leal e os vereadores Pedro Ruas, Engº Comassetto e João Derly. Em TEMPO DE
PRESIDENTE, pronunciou-se o vereador Dr. Thiago. Às quinze horas e vinte e um minutos, os
trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e
vinte e sete minutos, constatada a existência de quórum. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se o
vereador Alberto Kopittke, em tempo cedido pelo vereador Engº Comassetto, e as
vereadoras Jussara Cony e Lourdes Sprenger. Em seguida, nos termos do artigo
94, § 1º, alínea “g”, do Regimento, o senhor Presidente concedeu TEMPO ESPECIAL
ao vereador Engº Comassetto, que relatou sua participação, em Representação
Externa deste Legislativo, nos dias dezoito e dezenove de setembro do corrente,
no Município de Natal – RN –, do dia vinte ao dia vinte e dois de setembro do
corrente, no Município de Belo Horizonte – MG –, e do dia vinte e cinco ao dia
vinte e sete de setembro do corrente, no Município de Manaus – AM –, em
reuniões de preparação da 5ª Conferência Nacional das Cidades, a ocorrer do dia
vinte ao dia vinte e quatro de novembro do corrente, em Brasília – DF. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o vereador Bernardino Vendruscolo. Durante
a Sessão, foram registradas as presenças, neste Plenário, de crianças e
adolescentes e da professora Eugênia Maria Bonfadini, do Serviço de Convivência
da Fundação de Assistência Social e Cidadania, FASC Glória, em visita orientada
integrante do Projeto de Educação Política desenvolvido pela Seção de Memorial
deste Legislativo, do senhor Celso Schröder e do vereador Dirnei da Motta Greque, da Câmara Municipal
de Rio Grande – RS. Às dezesseis horas e três minutos, constatada a
inexistência de quórum, o senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos,
convocando os senhores vereadores para a Sessão Ordinária da próxima
segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos
vereadores Dr. Thiago, Bernardino Vendruscolo, Mônica Leal e Engº Comassetto e
secretariados pelo vereador João Carlos Nedel. Do que foi lavrada a presente
Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelos senhores 1º
Secretário e Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Passamos à
O Sr. Milton Siles Simas Júnior,
Presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Rio Grande
do Sul – Sindjors está com a palavra, pelo tempo regimental de 10 minutos, para
tratar de assunto relativo à Campanha Salarial 2013.
O SR. MILTON
SILES SIMAS JÚNIOR: Boa-tarde, senhoras e senhores; quero cumprimentar
o Ver. Dr. Thiago, Presidente desta Casa, estendendo a minha saudação aos
demais Vereadores e Vereadoras da Câmara Municipal de Porto Alegre, também faço
um cumprimento especial aos Diretores e Diretoras do nosso Sindicato e aos
colegas jornalistas aqui presentes. (Palmas.) Uma saudação especial ao nosso
companheiro Celso Schröder, Presidente da Federação Nacional dos Jornalistas,
que nos prestigia aqui nesta Casa. Também muitos colegas de redação haviam
agendado a sua presença aqui nesta Casa, mas, em função de trabalho, de pauta,
enfim, não puderam comparecer, mas tenho certeza que eles estão conosco aqui
neste momento.
O Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Sul
está aqui nesta Casa Legislativa para denunciar o descaso que a categoria vem
sofrendo nos últimos anos por parte do sindicato patronal. Nós decidimos ocupar
aqui a Tribuna porque nós, jornalistas, que estamos acostumados a noticiar
paralisações e greves de bancários por melhores salários, paralisações de
professores, de metalúrgicos, de petroleiros e de outras categorias, não temos
conseguido ocupar o mesmo espaço dedicado às outras profissões nos veículos
tradicionais. Nós, jornalistas, também somos trabalhadores e temos convenção
coletiva de trabalho. Quem vê de fora, imagina que o jornalista não tem
campanha salarial, não tem reivindicações, não come, não se diverte e também
não sofre o assédio moral dentro das redações, mas tudo isso é uma realidade. O
Sindicato dos Jornalistas está aqui para denunciar – e não é a primeira vez que
ocupamos este espaço – que a categoria não está recebendo aumento real nas
negociações neste ano. Mais uma vez, o patronato se esconde atrás da mesa ou
argumenta crise para não atender às nossas reivindicações. A nossa pauta de
reivindicações está, desde abril, na mesa dos patrões; eles demoraram três
meses para abrir as negociações e acenaram apenas com a reposição do INPC, que
é de 6,95% – 0% para a Capital e 1% para os jornalistas que trabalham no
Interior. Vale ressaltar aqui, novamente, que essa proposta é apenas para quem
ganha o piso. Então, a categoria rejeitou essa proposta, até porque a
consideramos também abusiva e vergonhosa.
Observem, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras: na
Capital, a remuneração hoje do jornalista é de R$ 1.690,00, e, no Interior, de
R$ 1.425,00. Eu digo, várias vezes, em entrevistas ou em outros espaços que a
gente tem ocupado, como aqui, agora, nesta Câmara de Vereadores, que um colega
que ganha R$ 100,00, além dos R$ 1.690,00 ou dos R$ 1.425,00, não ganha um
aumento real. Para eles, parece que essas pessoas estão sendo bem remuneradas.
Eles fingem acreditar que nós, jornalistas, somos bem remunerados. Neste ano de
2013, essa história de falta de valorização está se repetindo de novo e chegou
aos limites. Nós viemos aqui demonstrar isso, e a categoria está também
mobilizada em diversos meios alternativos, como as redes sociais. O jornalista
está presente na sua história e em seu momento real. Ele trabalha até a
meia-noite para informar a população dos desdobramentos da greve dos bancários;
ele é chamado, em um sábado à noite, para cobrir o incêndio do Mercado Público;
ele vira a madrugada para repercutir a tragédia da boate Kiss, em Santa Maria;
ele também trabalha incansavelmente para cobrir as eleições das rainhas e
princesas da Festa da Uva de Caxias do Sul; também acompanhamos a Ocktoberfest
em Santa Cruz; a Fenadoce em Pelotas, a coletiva da Presidente Dilma, no último
sábado pela manhã, aqui em Porto Alegre. Quem vê de perto... a gente vê e
divulga a transformação da cidade de Rio Grande em polo naval nacional,
acompanha a dupla Gre-Nal, os assaltos, a violência urbana, enfim. A mesma
dedicação, a gente tem visto dos colegas que trabalham em Canoas, São Leopoldo,
Novo Hamburgo, Rio Grande, Pelotas, Erechim, enfim, em todos os cantos do Rio
Grande do Sul. Entendam, nobres Vereadores, eu não estou reclamando aqui do
nosso trabalho, porque, quando nós entramos na universidade, ou quando optamos
pelo jornalismo, nós sabíamos que trabalharíamos sábado, domingo, feriado, dia
santo, afinal, a notícia não tem dia, não tem hora, não tem mês, não tem
horário; somos, todos nós, apaixonados pelo jornalismo, por isso estamos aqui
para chamar a atenção dos senhores sobre a falta de respeito à nossa
valorização por parte dos patrões. A situação é esta: de desvalorização e de
desrespeito. A população que assiste aos nossos colegas na TV ou ouve no rádio,
ou mesmo lê os nossos textos dos jornais, acredita que somos bem remunerados,
mas a realidade da imprensa, do viver do jornalista, é muito diferente do que
se vê. Tem aquele slogan de uma
empresa de comunicação: “A gente faz a TV que você vê”, mas você não vê o
jornalista que está por trás disso. Quem tem que ficar constrangido com essa
situação não somos nós, os jornalistas, que trabalhamos diariamente, nos
dedicamos, somos cobrados pela qualidade, pela boa informação que nós passamos
aos nossos leitores; quem tem que ficar constrangido são os patrões, e não os
jornalistas (Palmas.), porque eles vêm à mesa de negociação; e eu tenho dito
este ano, Presidente, que nós não temos tido uma negociação salarial, e sim uma
“negocianão”, porque só o que a gente recebe é não, não; não, negativa, negativa
e negativa. Qualquer colega que se mobiliza ou se destaca dentro de uma
redação, a primeira coisa que eles fazem é passar a caneta e demitir esse
colega. Consequentemente, eles acabam intimidando os outros que estão dentro da
redação, e a nossa mobilização se reduz. Por isso, eu peço a vocês, Vereadores
– muitos já estão vestindo a nossa camiseta – que aprovem uma moção de apoio a
nós e de repúdio ao sindicato patronal. Aqui está a nossa camiseta. (Mostra
camiseta.) O trabalho de jornalista vale mais, sem jornalista não tem
informação; pode até ter, assim como você pode construir uma casa sem arquiteto
ou sem engenheiro, ou você pode fazer um processo sem advogado, mas aí você vai
arcar com as consequências de não ter o profissional adequado para fazer o serviço.
Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): A Ver.ª Mônica Leal está com a palavra, nos termos
do art. 206 do Regimento, e prosseguirá a sua manifestação em Comunicação de
Líder.
A SRA. MÔNICA
LEAL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, cumprimentando o
Sr. Milton Simas Júnior, Presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais
do Rio Grande do Sul, cumprimento todos os colegas associados que têm, hoje,
nesta tribuna, um espaço para falar abertamente sobre a situação atual da
categoria. Quero também fazer um registro especial ao meu querido professor
Celso Schröder, Presidente da Fenaj, que me ensinou muito do que eu sei e tenho
muito orgulho de ter sido sua aluna; aos colegas jornalistas da imprensa desta
Casa, aos fotógrafos, enfim, a todos.
Como jornalista e Vereadora, solidarizo-me com a
necessidade urgente de reajuste salarial da classe e espero que as entidades
patronais revejam seus cálculos, visando à justa valorização e o incentivo
dessa profissão essencial para a sociedade. O jornalista é um tradutor da
realidade, é um agente que trabalha comprometido com o seu tempo e espaço, com
a ética, praticando o exercício da isenção e da imparcialidade, buscando a
verdade dos fatos, lidando diariamente com uma extrema responsabilidade de
colocar esses fatos nos meios de comunicação, de formar opinião, de levar
conhecimento à população, prestando esse serviço tão indispensável. Penso que a
responsabilidade do jornalista para com a informação e a sociedade se compara à
de um médico que tem vidas em suas mãos. Com isso, deixo aqui o meu total apoio
ao Sindicato, vestindo esta camiseta com imenso orgulho, reforçando a minha
completa admiração pelo trabalho jornalístico, que tem ser constantemente
valorizado. Isso passa, a meu ver, por coisas básicas como a obrigatoriedade do
diploma para exercer o ofício e o pagamento de um piso salarial que ofereça
dignidade e incentivo.
Por fim, eu gostaria de compartilhar com vocês um
pensamento que há muito tempo carrego comigo: ser jornalista é descobrir o
fato, é escrever, contar bem contado e lutar até o fim do processo da feitura
do jornal para que a informação chegue até o leitor. Esta é a paixão do
jornalista: levar às últimas consequências um compromisso tácito com o seu
tempo e com a sua gente, é ter a humildade de ser um operário da informação,
aquele que fornece à sociedade a matéria-prima para construir um futuro, tendo
conhecimento dos fatos passados e o compromisso com a verdade. Só a paixão explica
o que a gente não consegue explicar porque só pode ser por paixão que alguém
consome sua vida neste ofício sem horário, sem descanso, pois o pensamento e a
vontade de exercer a vocação acompanha o jornalista o tempo inteiro, e os
fatos, esses nunca cessam de acontecer, inclusive colocam em risco muitas vezes
a vida do jornalista. Muito obrigada.
(Revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra, pelo
artigo 206 do Regimento.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores,
antes de mais nada quero saudar o jornalista Milton Simas Júnior, Presidente do
Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio Grande do Sul, que
hoje ocupa nossa Tribuna Popular, divulgando e trabalhando a campanha salarial
de 2013. Quero secundar a Ver.ª Mônica Leal que, como jornalista que é, com
muita ênfase, com muita propriedade, e, sobretudo, com muita sabedoria, saudou
seus colegas, saudou V. Exa. e os demais colegas que aqui se encontram, que também
serão saudados, dentre em breve, pelo Ver. Pedro Ruas na representação do PSOL,
seu partido político, ele na condição de líder. Não chego a tanto, não tenho
tanta qualificação para ocupar cinco minutos para dizer em dois minutos aquilo
que efetivamente precisa ser dito. Eu até faço uma figuração, não estou
vestindo a camiseta como os demais; provavelmente não tenha o meu manequim ou
quem sabe o manequim não fosse adequado para o uso da camiseta, mas o principal
é o seguinte: não estou com a camiseta, mas simbolicamente estou vestindo a
camiseta da categoria, solidário, entendendo que é mais do que correta, é uma
opção inteligente e, sobretudo, democrática porque caminha de acordo com aquilo
que a lei prevê, através da campanha salarial que é o meio legal para se obter
o acordo quando há sensibilidade da parte do patrão e, quando não, para se ir
aos tribunais na busca da justiça salarial. Contem conosco.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Ver. Pedro Ruas está com a palavra, nos termos do
art. 206 do Regimento, e prosseguirá sua manifestação em Comunicação de Líder.
O SR. PEDRO
RUAS: Sr. Presidente; Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, meu caro Presidente
do Sindicato dos Jornalistas Profissionais Milton Siles Simas Júnior, jornalistas que nos dão a
honra de estarem aqui no dia de hoje nas galerias da Câmara Municipal,
falo pelo PSOL, falo em meu nome e em nome da Ver.ª Fernanda Melchionna. Tenho,
Presidente Milton Simas, uma relação muito estreita com a categoria, sou filho de
jornalista, aliás, de jornalistas, meu pai começou na revisão do jornal Correio
do Povo, depois foi para a redação, foi editor de economia do Correio por
muitos anos, Rádio Guaíba, Folha da Tarde, formado na Famecos; a minha mãe,
também formada na Famecos, trabalhou no
Museu de Comunicação Social Hipólito José da Costa. Tenho foto minha, com três,
quatro anos, na redação do Correio do Povo, no tempo daquelas máquinas
barulhentas e muita fumaça. A minha impressão de criança é que todos fumavam e
todos faziam barulho porque era um negócio fantástico assim. Na redação do
Correio do Povo, no tempo do seu Adair Borges Fortes, a gente abria a porta, e
era uma metralhadora giratória, era um barulho brutal e muita fumaça. Para eu
chegar no meu pai, caminhava bastante tempo, quando chegava a um metro e meio,
dois, conseguia ver meu pai usando a máquina e também fumando, é claro, como
todos. Era o tempo, a questão cultural. Tenho em relação aos jornalistas,
portanto, por formação pessoal, familiar, um profundo respeito que só aumentou
com o passar dos anos porque fui fazer Direito, fui ser advogado trabalhista,
advogado de trabalhadores, conheço muito bem essa realidade dos dissídios
coletivos e sei o que enfrentam, sim, os jornalistas. Lembro de um episódio, em
1984, talvez muitos aqui conheçam, não vou dar o nome do jornalista nem da
empresa, mas aquele jornalista foi premiado. Quando ele foi receber o prêmio,
estava com três meses de salário atrasado, em 1984! Ele anda por aí, nunca
esqueço quando ele disse: “Eu preferia receber os meus salários” – o Schröder
deve saber quem é –, “mas, na falta deles, eu recebo o prêmio”. É uma vida
muito dura, muito difícil, nós sabemos, vocês sabem porque sentem na pele,
vocês sabem a missão historicamente democrática que cumprem,
vocês conhecem como ninguém o valor que tem a profissão de vocês, o ofício de
vocês, mas saibam que fora da categoria, Presidente Milton, há outras pessoas,
muitas aqui presentes, muitas fora daqui, que também reconhecem o valor do
trabalho do jornalista, sabem distinguir bem o que é o interesse empresarial de
uma empresa que pode também se dedicar exclusivamente à comunicação social, e o
que é o interesse do jornalista, o profissional. São situações diferentes. No
capitalismo elas são inclusive conflitantes, contraditórias. Nós queremos, o
PSOL, eu e a Ver.ª Fernanda Melchionna, deixar bem marcada a nossa posição, que
é de apoio integral à luta dos jornalistas. Nós aqui não estamos debatendo
imprensa e muito menos empresas de comunicação; estamos debatendo a situação
profissional de trabalhadoras, de trabalhadores diuturnamente vinculados ao
interesse da população, porque é interesse da população, da sociedade e da
democracia saber o que acontece. Aos olhos da sociedade, cada fato mencionado
aqui pelo Milton, desde o futebol ao crime de trânsito, desde o crime passional
ao discurso do Presidente, desde uma Câmara Municipal a uma disputa por miss
Rio Grande do Sul ou piscinas, desde o conjunto de temas que compõem o
quotidiano, a nossa realidade, é trazido para nós pelos olhos, pela mente e
pela escrita do jornalista. É neste sentido que a valorização do profissional
tem que ocorrer também pela sociedade.
Eu acho da maior relevância que tenhas utilizado,
Presidente Milton, esta Tribuna Popular com este fim, porque esta Casa pode,
sim, reverberar, pode repercutir, e tem a obrigação de fazê-lo e de se
posicionar, porque um tema como este, que envolve um dissídio coletivo, onde
são discutidas condições salariais de dignidade; já nem são condições salariais
de conforto, mas de dignidade. (Palmas.) Eu vi, ao longo dos anos, como advogado de muitos jornalistas, na Justiça do Trabalho, as
defesas, as contestações patronais; eu sei o que pensam, eu sei o que dizem, eu
sei o que argumentam e eu sei como distorcem a própria realidade na relação com
os profissionais que dedicaram ali 12, 15, 20, 30 anos de sua vida muitas
vezes. Então, fica aqui o registro.
Concluo dizendo que
entendemos, sim, como absolutamente necessário o diploma para exercer a
profissão, ele é imprescindível, é uma situação de valorização do profissional.
Entendemos que esse dissídio coletivo deve envolver o conjunto da sociedade.
Entendemos também que a Câmara Municipal deve, em conjunto, manifestar apoio ao
pleito dos jornalistas, e tenho certeza que a luta de vocês é justa e podem,
minuto a minuto, contar conosco. Um abraço a todos. Sucesso.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): A Ver.ª
Jussara Cony está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. JUSSARA CONY: Em nome do Milton
Siles Simas Júnior, Presidente do Sindicato dos Jornalistas, cumprimento todos
os profissionais da imprensa em nome da Bancada do PCdoB. O meu companheiro de
Bancada também vai se pronunciar. Nós estamos dividindo o tempo.
Há homens e mulheres que
se dedicaram, que buscaram uma profissão cuja base é a informação. Como vocês
dizem: sem jornalista não há informação. A informação é o primeiro passo para a
formação de consciências, para o debate de ideias de uma sociedade em
necessidade perene de transformação e de avanços. Eu creio que vestir a camisa
é o coletivo desta Câmara aprovar por unanimidade a moção que vocês propuseram.
Isso é vestir a camisa! Nós estamos agora com o símbolo dela no nosso corpo.
Isso deverá necessariamente se materializar em uma atitude política, coletiva e
unânime desta Casa. Quero também dizer que temos de estar juntos na campanha
salarial de vocês; temos de estar juntos na revisão pelo patronato de acordos
que não fazem justiça à profissão e, portanto, não fazem justiça à cidadania de
quem informa. E, por fim, quero dizer que nós vivemos um momento diferenciado
da Nação brasileira, momento de fazer avançar reformas estruturantes para que o
Brasil seja uma verdadeira Nação.
Em nome da Bancada do
PCdoB, eu tenho absoluta convicção do significado dessa profissão para a
democratização dos meios de comunicação, uma das reformas estruturantes para
fazer a Nação brasileira avançar na democracia tendo como base, inclusive, a
reforma política.
Então, é dessa
maneira que nós queremos nos comprometer e, mais do que nos comprometer, saudar
a presença salutar de vocês nesta Casa. E, se me permitem, através, também, do
sindicato, quero cumprimentar todos os profissionais que atuam na área de
comunicação da Câmara Municipal de Porto Alegre.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): A Ver.ª Any
Ortiz está com a palavra, nos termos
do art. 206 do Regimento.
A SRA. ANY ORTIZ: Sr. Presidente,
senhoras e senhores, ao cumprimentar o Sr. Milton Simas, Presidente do
Sindicato dos Jornalistas, quero cumprimentar todos os jornalistas desta Casa e
todos os jornalistas que atuam na política, que falam e nos representam, muitas
vezes, daqui de dentro da Casa para fora. Parabenizo também o sindicato por
esta campanha que tem tomado força, principalmente nas redes sociais, da qual a
gente veste a camisa porque concorda, porque apoia, pois sem informação nós nos
tornamos seres alienados.
A informação é
fundamental, principalmente vinda de pessoas com qualificação,
profissionalização. E sobre a exigência do diploma, contem sempre com o apoio
do PPS. Se nós queremos mudanças tanto na Cidade quanto no Estado e no País,
nós precisamos saber o que acontece, saber o que está no nosso entorno;
precisamos de informação e que essa informação venha com qualidade, por isso os
jornalistas são fundamentais. Apoio a valorização dos profissionais. Contem
sempre com o apoio incondicional do PPS, porque acesso é poder, e o poder é
informação.
Além disso, quero
colocar também um tema que precisa ser debatido, ainda tem que ser muito
explanado, que é a democratização da mídia. Nós precisamos levantar essas
questões, a importância dessas questões, principalmente com a valorização dos
profissionais e, não, a valorização das empresas.
Muito obrigada pela presença de vocês, por trazerem este debate para dentro desta Casa e por poderem sempre estar levando daqui as informações precisas e com uma honestidade muito grande conosco que estamos aqui trabalhando. Muito obrigada e boa luta!
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Quero convidar
o Sr. Celso Schröder para compor a Mesa conosco. Quero agradecer às crianças e
adolescentes do Serviço de Convivência da FASC-Glória trazidas aqui pela Prof.ª
Eugênia Maria Bonfadini. Obrigada pela presença de vocês; sejam bem-vindos.
O Ver. Delegado
Cleiton está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. DELEGADO CLEITON: Sr. Presidente, Sr.
Milton, Presidente do Sindicato dos Jornalistas, jornalistas que nos assistem,
quero falar da importância dessa categoria. E falo aqui em nome do PDT, que tem
um histórico em defesa da luta dos trabalhadores. Infelizmente, não tinha o meu
tamanho de camisa, mas nós caminhamos bem próximos às nossas convicções e
estamos juntos nessa carreira, nessa profissão, que é parecida com a minha, tem
muito da minha. Na verdade, eu estou Vereador, mas a minha profissão é
policial, sou delegado de polícia. E nessa convivência que tivemos junto com
outros jornalistas, nós vimos a falta de horário; nós não temos horário para ir
buscar o que queremos alcançar, que é – no seu caso – a informação. Nós
entramos em locais, muitas vezes, perigosíssimos, mas o intuito de buscar a
informação, a investigação dos fatos, para nós, é mais importante.
Então, eu vejo e
respeito muito essa profissão e queria aqui, em nome do sindicato, nos colocar
à disposição para estar nessas lutas também, levantar essas bandeiras, e, como
disse o Pedro aqui, é necessário que seja exigido, sim, o diploma. E esperamos
que essa luta – que já foi encaminhada pelo sindicato – seja julgada
procedente.
Então, eu faço aqui
uma homenagem, em nome de todos os jornalistas, aos funcionários desta Casa, em
especial ao meu assessor de comunicação, Paulo Fontoura, que também é uma
pessoa que não tem horário para o trabalho e está sempre buscando a informação,
que está sentado junto aos jornalistas. Parabéns jornalistas, e estamos juntos
nesta luta! Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): A Ver.ª
Fernanda Melchionna está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento,
pela oposição.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, falo em nome do PSOL, do PCdoB,
e do PT. Quero cumprimentar o Presidente Milton Schröder, e dizer, evidente, do
nosso apoio ao pleito dos jornalistas, do Sindicato. Acho que esta Câmara de
Vereadores deve votar por unanimidade a Moção de Apoio à campanha pelo aumento
do piso, e, ao mesmo tempo, votar uma Moção de Repúdio ao patronato, tanto ao
Sindicato patronal quanto às manobras que o patronato faz.
Sabemos que o diploma
dos jornalistas caiu muito pelo lobby e
pela influência das grandes empresas de comunicação, e é necessária uma
discussão em relação aos direitos trabalhistas e ao reconhecimento da formação
dos jornalistas.
E nós esperamos que
seja votado, em segundo turno, o quanto antes, o projeto de lei que devolve a
regulamentação do diploma aos jornalistas do nosso País, no Congresso Nacional.
E, por outro lado, é necessária uma discussão sobre os meios de comunicação no nosso
País, a concentração, as concessões públicas que não são discutidas, e a
apropriação do poder econômico, e o poder político, muitas vezes, dos grandes
veículos. São debates necessários, como a Ver.ª Jussara Cony falou, sobre as
reformas estruturantes. Nós achamos que o Brasil precisa avançar numa lei de
meios de comunicação.
Nós queremos
registrar o nosso apoio à necessidade de a Câmara de Vereadores aprovar essas
duas Moções de Solidariedade ao pleito dos jornalistas, nos solidarizando,
também, com os nossos colegas nesta Casa que lutam por concurso público na
Câmara de Vereadores, na Prefeitura Municipal, nos órgãos públicos, mas,
também, trazendo os temas nacionais.
Quero agradecer ao
Ver. Pedro Ruas, que me cedeu este tempo, e dizer que vocês podem contar com a
oposição desta Câmara de Vereadores, lado a lado nesta luta. Obrigada.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Professor
Garcia está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente; Srs.
Vereadores, Sras. Vereadoras; Milton Júnior, Presidente; Celso Schröder;
senhores jornalistas, falo em meu nome e também dos Vereadores Idenir Cecchim,
Valter Nagelstein e Lourdes Sprenger.
Primeiro, eu quero
dizer que a luta do dissídio é anual, e é uma luta que a gente sempre diz – e a
minha origem é de professor sindicalista – que a cada ano é um novo cotovelaço.
Mas a minha preocupação maior ainda é em relação à questão da regulamentação da
profissão. Eu sou, até hoje, Conselheiro Federal de Educação
Física; e o nosso Conselho, que tem só 15 anos, já tem mais de 350 mil
registrados. E nós tivemos as lutas... Quando o Fernandão tentou ingressar como
técnico, o Conselho foi lá e disse que não. Quando São Paulo tentou trazer
pessoas dos Estados Unidos porque eram – desculpem o termo – marombeiros e iam
dar aula, nós dissemos que não. E eu não acho justo que, em uma profissão que
existe há anos, que tem toda uma vocação para a informação – e uma informação
com responsabilidade –, venham outras pessoas que não têm nenhuma
responsabilidade dando opiniões. Então eu acho que esse é um norte que cada vez
mais tem que ser buscado, porque vocês, na realidade, são a grande essência da
democracia. Se não tivesse um jornalismo sério, nós não teríamos a democracia
no nosso País. Então quero parabenizar e lutar, sim, porque todos nós merecemos
salários justos, principalmente aqueles que trabalham diariamente nas funções
que vocês exercem. E a preocupação maior é: quando alguém tem uma ascensão,
qual é o prêmio? Ele é podado. Então continuem com a luta, mas nunca percam a
sua voz. Parabéns!
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver.
Paulinho Motorista está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. PAULINHO MOTORISTA: Boa-tarde à
Mesa, ao Celso, ao Milton Júnior, ao nosso Presidente, e parabéns a vocês! Eu
me orgulho de ter, como minha colega, aqui na Câmara, a nossa Vereadora e
jornalista Mônica Leal, com quem tenho uma parceria, uma convivência muito boa.
E, na profissão de vocês, Milton, com certeza, muitas vezes – aliás, na maioria
das vezes –, vocês correm risco até de vida em certas situações para vocês
chegarem e conseguirem fazer aquela reportagem. E, como você acabou de dizer,
às vezes, à noite, são chamados. Vocês nunca sabem quando vão dormir a noite
toda, se vão passar uma noite tranquila, porque podem ser chamados a altas
horas da noite para cobrir uma reportagem, porque está acontecendo alguma coisa
na nossa Porto Alegre.
Um abraço, também,
para a Flávia Lima, nossa jornalista; para a Cibele, também jornalista; para a
Ana, da minha bancada; e para o Thiago de
Souza, jornalista que trabalha no meu gabinete. Eu quero dizer, em meu nome
e em nome do Ver. Airto Ferronato, Líder da minha bancada, que vocês podem
contar com a gente com essa profissão pela qual temos que ter o maior respeito.
Estamos aqui à disposição para ajudar e para fazer, da melhor maneira possível,
com que vocês consigam o objetivo que vieram buscar. Um abraço.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Engº
Comassetto está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento, e
prosseguirá sua manifestação em Comunicação de Líder.
O SR. ENGº COMASSETTO: Obrigado, Sr.
Presidente, colegas Vereadores e Vereadoras, prezados convidados, visitantes
desta Tribuna Popular, o Milton Simas, Presidente do Sindicato dos Jornalistas
do Rio Grande do Sul; Celso Schröder, Presidente da Federação; trabalhadores e
trabalhadoras da comunicação, jornalistas aqui presentes. O jornalismo é feito
por jornalistas. Acho que esta é a essência do debate que vocês trazem aqui
para esta Casa e nós precisamos reafirmar isto. Esse tema não é um tema
corporativo como muitas outras disputas que existem das categorias; é um tema
que a sociedade precisa acolher, entender e defender esses princípios. Existe
uma disputa, hoje, numa proporção difícil, que é o jornalista versus os grandes
conglomerados da comunicação. Por que não sai a regulamentação da PEC
reconhecendo o jornalismo? Por que o Tribunal Superior deu decisão contrária?
Porque existe uma pressão, um movimento muito grande para que a profissão dos
jornalistas não seja reconhecida, porque, com isso, se adquire legitimidade,
força, dentro da constitucionalidade brasileira. Portanto, eu venho aqui em
nome da minha bancada, a bancada do Partido dos Trabalhadores, trazer uma
sugestão a todos os colegas, Vereadores e Vereadoras desta Casa. Obviamente
estamos acolhendo o Sindicato e a Federação aqui na sua luta, mas creio que nós
temos que fazer ecoar com muito mais força esse tema. Nesse sentido, aqui, a
Luciane Franco que nos assessora no gabinete de Jornalismo, eu quero
cumprimentar todas as trabalhadoras também da comunicação e dizer que estamos
sugerindo aqui uma moção para oficializar nesta Casa, que possa ser votada uma
Moção de Solidariedade e Apoio, primeiro: à Emenda Constitucional nº 386, de
2009, que busca reverter a decisão do Supremo Tribunal Federal e restabelecer a
obrigatoriedade do diploma para o exercício do jornalismo. Esse é o primeiro
ponto que nós temos que aqui cerrar fileiras, e creio que este colegiado, em
que representamos aqui o Parlamento Municipal tem que constituir essa Emenda
Constitucional, que é da autoria do companheiro do meu Partido, o Deputado
Paulo Pimenta, mas obviamente que é de um colegiado lá do Congresso Nacional,
bem como o Projeto de Lei nº 2.960, de 2011, que regulamenta o piso da
categoria do jornalismo no Brasil, que hoje é defendido pela Frente Parlamentar
em defesa do piso dos jornalistas na Câmara dos Deputados, que é capitaneada
pelo Deputado André Moura, do PSC lá de Sergipe. Por força do Regimento, essa
moção tem que ser de solidariedade, mas nós estamos transcrevendo aqui para que
seja uma Moção de Solidariedade e Apoio ao Sindicato e à Federação, nesta luta
no movimento nacional.
Então, Sr.
Presidente, venho aqui, em nome da nossa bancada, trazer a todos os colegas
Vereadores, no sentido de que possamos assinar, coletivamente, esta Moção e,
depois, no regime aqui da Casa, votar e poder encaminhar não só ao Sindicato
dos Jornalistas, não só à Federação dos Jornalistas, não só ao Presidente do
Congresso Nacional, ao Presidente do Senado e aos Deputados que trabalham, mas
também para as grandes empresas de jornalismo, para que saibam qual é a posição
e a opinião política aqui da Câmara de Vereadores de Porto Alegre.
Cumprimento
aqui todos vocês que, no dia a dia trabalham e que disputam não só a
sobrevivência, mas também sabemos que não é fácil fazer jornalismo, porque é
constituir as versões, e há um abismo que separa as versões da verdade da
versão dos boatos. E, no momento em que se busca a regulamentação da profissão,
é para que, cada vez mais, o jornalismo seja visto com jota maiúsculo, com
transparência, com eficácia e com a tranquilidade que tem que ter, e o piso
salarial digno, como em qualquer outra profissão. A minha profissão, a do
engenheiro, e outras profissões são regulamentadas e têm piso. E hoje, quando
vai se contratar um jornalista, e nós mesmos, aqui na Casa, buscamos isso no
dia a dia: quanto é? R$ 1.700,00, R$ 1.800,00, menos de R$ 2.000,00. Quem é que
sobrevive com uma atividade, com um salário como esse? É incompatível com a
realidade profissional brasileira, principalmente num momento como este em que
há valorização e a evolução da geração e distribuição de renda no Brasil.
Então, temos que analisar e reconhecer isso.
Concluo aqui
oferecendo não só ao Presidente da Casa como a todos os colegas Vereadores para
que possamos assinar, em conjunto, essa Moção de Solidariedade e de apoio em defesa da PEC nº 386 e do Projeto de Lei nº 2.960 que
regulamenta a profissão e cria o piso salarial para os jornalistas no Brasil.
Um grande abraço. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. João
Derly está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO DERLY: Sr. Presidente; Sr.
Milton, Presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio
Grande do Sul; Sr. Celso Augusto Schröder, Presidente
da Fenaj; também gostaria de cumprimentar meu amigo e colega de partido,
o jornalista André Machado, que está nas galerias; meus assessores de bancada,
Tiago Medina; e quem cobre o nosso gabinete, Juliano Reis; cumprimentando todos
os jornalistas e amigos que aqui estão. É importante diferenciarmos as empresas
dos trabalhadores jornalistas, e valorizarmos a categoria que, muitas vezes, é
deixada de lado e é malvista dentro do nosso Estado fazendo com que os
jornalistas que têm algum destaque tenham que debandar para o centro do País
pela enorme diferença nos salários. Assim, nós perdemos muitos jornalistas que
estão em ascensão, que estão executando um excelente trabalho para o centro
do País, sendo que muitas empresas do nosso Estado, por vezes, faturam tanto
quanto as do centro do País. Então, nós temos que valorizar, sim, a categoria e
o nosso Partido, o PCdoB, está nessa luta juntamente com vocês. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): A Ver. Séfora Mota está com a palavra, nos termos
do art. 206 do Regimento.
A SRA. SÉFORA
MOTA: Boa-tarde, Sr. Presidente, Ver. Dr. Thiago; quero cumprimentar os dois
Presidentes que estão aqui, o Schröder e o Milton, e dizer que, além de
apoiadora, eu sou conhecedora da vida e das aventuras de ser jornalista. Eu sou
sobrinha de um jornalista, conheci o meu marido através do meu tio, e há 18
anos durmo com um jornalista. Então, eu sei...
(Manifestação fora do microfone. Inaudível.)
A SRA. SÉFORA
MOTA: Sim, ganhando bem, ainda bem! Hoje está ganhando bem, porque ele já teve
quatro empregos. É sobre isso que eu vim falar: o jornalista, para ganhar bem,
tem que ter mais de três empregos, tem que acumular funções; tem que largar a
família – eu criei sozinha os meus filhos! Hoje, o meu marido consegue educar
os filhos, consegue ficar em casa, antes não conseguia, porque era muito
trabalho para ganhar um pouco mais, pois nessa profissão se ganha muito pouco.
Então, eu acredito que para se viver dignamente tem-se que ganhar bem, e o
Vereador também tem que ganhar bem, como todos têm que ganhar bem. Então, temos
que parar com essa hipocrisia, porque precisamos do mínimo necessário para
sobreviver, sabemos que os custos são altos. É uma profissão em que se correm
muitos riscos, a pessoa vive estressada, porque o jornalista, além do acúmulo
de funções, vive estressado para conseguir as notícias do dia a dia. O
profissional vive com medo de que, dali a pouco, vem um profissional mais novo
e toma o seu lugar, além de não precisar de diploma para exercer a profissão.
Aí vemos aquela prostituição da TV, com muitos jornalistas sem formação,
trabalhando simplesmente para colocar, de repente, o rostinho bonito na tela da
TV, sem qualidade.
Então, lutamos junto com vocês por uma imprensa
limpa, clara, transparente, por dignidade de salário e qualidade de trabalho, porque
vocês merecem. O jornalista é fundamental para nós, enquanto políticos,
fundamental para sociedade como um todo. Então, tenham em nós parceiros nessa
causa e estaremos sempre juntos. Como eu já disse, 18 anos casada com um
jornalista, já passamos das vacas magras para, hoje, vacas gordas, sabemos
também que ele é um batalhador. Lutamos pelo aumento, pelo reajuste salarial,
que não é nada mais do que justo, porque sabemos que a maioria ganha muito mal,
trabalha muito e se estressa bastante. Então, contem comigo, sejam sempre
bem-vindos a esta Casa, jornalistas, vocês são fundamentais para a nossa vida.
Parabéns pelo trabalho, e continuem na luta, contando com a gente aqui.
Obrigada. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Eu convido a Ver.ª Mônica Leal, jornalista, para
que assuma os trabalhos, para que eu possa me manifestar da tribuna.
(A Ver.ª Mônica Leal assume a
presidência dos trabalhos.)
A SRA.
PRESIDENTE (Mônica Leal): Com muita honra, Presidente, aceito o convite.
O Ver. Dr. Thiago está com a palavra em Tempo de
Presidente.
O SR. DR.
THIAGO: Caro Presidente Milton Simas Júnior; caro Celso Schröder, caros
jornalistas presentes aqui, na Câmara. Primeiramente, eu queria dizer como a
Câmara trata os seus jornalistas. Eu acho que é importante que isso fique
documentado e seja dito desta tribuna. Neste ano, Presidente, nós tivemos 8% de
aumento, sendo 6,95% de reposição da inflação e mais de 1% referente a
recomposições dos outros anos, isso para todos os servidores. Para os
jornalistas, em especial, no ano passado, esta Casa votou, por unanimidade, a
gratificação por edição, que concedia uma gratificação extra e adicional para
um segmento da imprensa, e, neste ano, tivemos a possibilidade de avançar com
relação ao pessoal da fotografia e do rádio, concedendo também essa
gratificação, pois aumentou substancialmente a gratificação, equiparou os
jornalistas desta Casa. Claro que muitos outros avanços são precisos; claro que
esta Casa Legislativa – e eu falo isso para os profissionais de carreira da
Casa – exigiu diploma no concurso. (Palmas.) Portanto, esta Casa Legislativa,
quando fala isso, dá o exemplo. Nós temos alguns colegas de vocês, jornalistas,
com quem a gente conversava ali, no canto, que têm uma remuneração – e é
importante que isso seja dito, para que efetivamente vocês tenham esse
conhecimento – superior à dos Vereadores, profissionais de carreira desta Casa,
concursados, que ganham um salário bem superior ao dos Vereadores desta Câmara,
mostrando o cuidado e a atenção que esta Casa, ao longo dos anos, sempre teve
com o conjunto dos seus jornalistas.
Quero fazer um paralelo especial da profissão de
jornalista com a minha profissão, a profissão de médico. Quero dizer a vocês
que sei o que vocês sofrem, o que é trabalhar sem horário – os médicos sabem
disso, o que é trabalhar em mais de três empregos. Sei que há, externamente, um
argumento falacioso de dizer que médico ganha muito; sei que existe também na
Medicina – e é só abrir as páginas dos jornais e olhar a remuneração média dos
médicos oferecida nos concursos, que vai de R$ 1,8 mil a R$ 2 mil. Sei o que é
não exigir diploma, que, para os médicos, é igual a não exigir o Revalida, e,
sem dúvida nenhuma, colocar em risco a saúde da população. Portanto, todos os
argumentos da falta de reconhecimento, a gente sabe exatamente do que estão
falando. Todos os argumentos de dizer que a nossa categoria, como a de vocês, é
corporativista, a gente sabe bem como é e têm, sim, toda a nossa solidariedade.
No que se refere à Moção de Solidariedade à luta em
defesa de aprovação da Emenda Constitucional nº 386, de 2009, eu quero dizer
que, já em 2009, esta Casa aprovou essa Moção. E pode, sim, Ver. Comassetto,
reencaminhá-la. Essa Moção, na época, em 2009, foi proposta pelo Ver. Aldacir
Oliboni, hoje Deputado; e vai, sim, encaminhar, assim como peço para encaminhar
essa Moção que o Presidente comentou aqui, para que a Mesa, em conjunto com os
36 Vereadores, possa, sem dúvida nenhuma, votar e encaminhá-la. Podem ter
certeza de que esta Casa dá o exemplo de como os jornalistas devem ser tratados
e o seu Presidente sabe exatamente as angústias e as
dificuldades que a categoria toda tem sofrido, porque não é só a categoria de
vocês, diversas outras categorias têm sofrido dessa falta de reconhecimento e
dessa falta de sensibilidade para com a população e para com os nossos quadros.
Então, parabéns pela luta, continuem firmes nesse propósito e podem ter certeza
de que, neste Legislativo, os pleitos de vocês têm todo o eco. Muito obrigado.
(Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Mônica Leal): Ver. Dr.
Thiago, passo a presidência a V. Exa., mas, antes, quero agradecer pela sua
fala e também pela atitude de indicar uma jornalista para presidir os trabalhos
enquanto fazia a sua manifestação, o que mostra bem o quanto o senhor valoriza
a nossa profissão. Obrigada.
(O Ver. Dr. Thiago
reassume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver.
Tarciso Flecha Negra está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, quero cumprimentar o Milton,
todos os jornalistas, em nome da Bancada do PSD e em meu nome. Estamos juntos
nesta luta, porque o jornalista, na verdade, na minha carreira de futebol, em
21 anos como profissional, foi com quem eu mais trabalhei dentro dos aviões,
nos estádios. Foi com esse pessoal que a gente mais trabalhou e sabemos o valor
do jornalismo para o Brasil e para o mundo. Então, recebam o apoio da Bancada
do PSD. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Suspendo a
Sessão para as despedidas.
(Suspendem-se os
trabalhos às 15h20min.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago – às 15h27min): Estão reabertos os trabalhos.
Passamos às
O Ver. Cassio Trogildo está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.) Desiste. Ver. Delegado Cleiton. (Pausa.) Desiste.
O Ver. Alberto Kopittke está com a palavra em
Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Engº Comassetto.
O SR. ALBERTO
KOPITTKE: Estimados colegas, Presidente Dr. Thiago; venho aqui agradecer desde já
a oportunidade ao meu colega, o Ver. Comassetto, que me oportunizou este
período de Comunicações. Venho dizer, a partir de uma matéria que está hoje na
capa do Jornal do Comércio, que o País surpreendeu os pessimistas, aqueles que
rotineiramente têm apostado contra o País. Nesse mês que se encerrou, o nosso
País criou nada mais nada menos do que 221 mil empregos, novos postos de
trabalho. Esse é um dado sempre importante para que nós possamos saber
exatamente a realidade em que nós nos situamos hoje, em nível nacional, no
nível da política, e as consequências positivas que tem trazido esse projeto
que vem sendo implantado no País, especialmente para o Rio Grande do Sul e para
Porto Alegre.
Como já comentei na semana passada, quero destacar
dois projetos bem concretos que trazem para a nossa vida, a dos
porto-alegrenses, essa nova forma de organizar a economia do País, orientada
para o crescimento, orientada para a geração de empregos. Aliás, lembro, Ver.ª
Fernanda, que diziam que o Brasil teria que ter 25% de desempregados, que era
uma margem estrutural, o ex-Presidente Fernando Henrique gostava de comentar
isso: que, nessa nova etapa do capitalismo, não tinha espaço, nós teríamos que
ter 25% de desempregados que jamais poderiam ter acesso ao emprego formal. Nós
vemos, efetivamente, como esses discursos são opções ideológicas que se fazem.
Isso repercutiu, primeiro, na renegociação, na histórica renegociação liderada
pelo Governador Tarso Genro – que o Congresso deve estar votando neste momento
–, que vai produzir uma redução da dívida do Rio Grande do Sul. No período do
Governo Britto, houve uma negociação com a União que estruturou o pagamento da
dívida pública do nosso Estado e que comprometeu, ao longo desses últimos anos,
de forma definitiva, as economias, que já eram muito ruins no nosso Estado.
Pois agora, com a relação do Governador Tarso com a Presidente Dilma, de forma
absolutamente concreta aqui para o Estado, nós temos a renegociação dessa
dívida, que, apenas neste ano, vai nos liberar – nós, gaúchos – de R$ 800
milhões, e, até 2027, vai nos liberar do pagamento de nada mais, nada menos do
que R$ 18 bilhões, que seriam drenados para os cofres da União. Isso é uma
política concreta de reconstrução efetiva das contas do nosso Estado, não a
política atrasada que se alinhava ao antigo projeto do País, da Governadora
Yeda, de déficit zero, uma política
de não desenvolvimento do Estado, de não valorização dos servidores, de não investimento
em obras. Com certeza, Ver. Dr. Thiago, com o déficit zero não seria possível a construção dessa parceria, que eu diria
que é histórica, entre a Presidenta, o Governador Tarso e o Prefeito Fortunati.
Essa parceria rompe com uma história de falta de diálogo, rompe com toda uma
trajetória onde os Poderes não dialogavam, onde as forças políticas não tinham
maturidade suficiente para estabelecer pactos em prol da Cidade. Graças a esse
novo modelo de desenvolvimento do Brasil e do Rio Grande do Sul, nós pudemos
consolidar essa parceria para a construção do metrô de Porto Alegre, a maior
obra pública já feita na história do Rio Grande do Sul, que nós vamos
viabilizar de forma integrada, como sempre nos comprometemos desde o início
desta gestão, independente de partido, de oposição ou situação, Ver.ª Jussara,
do PCdoB, que faz parte desse projeto de Nação e de Rio Grande do Sul, aliado
histórico, construtor diário deste projeto de País que faz hoje Porto Alegre
poder comemorar. Ontem se constituiu a criação da primeira empresa conjunta
entre o Município e o Estado.
Essa é a
nossa forma de desenvolver o País: gerando empregos, fazendo investimento
público e construindo parcerias republicanas. Essa é a forma como o País tem
que continuar se desenvolvendo, e o Rio Grande também. Não podemos mais
retroceder para concepções neoliberais, que, novamente, com seus discursos
economicistas, vão retirar dos trabalhadores o seu emprego, e, das cidades, as
obras que precisamos continuar fazendo para o desenvolvimento.
Eu imagino, Ver.ª Séfora, se nós tivéssemos o
discurso do déficit zero, que,
antigamente, era empregado em nosso Estado. Jamais a obra do metrô poderia se
viabilizar, porque as obras eram muito malvistas, eram vistas como uma forma de
quebrar o Estado. Não quebram! Elas desenvolvem o Estado, elas impulsionam a
geração de empregos, impulsionam a arrecadação. Essa é a grande diferença
efetivamente ideológica que nós temos de projeto e que, com certeza, a
população saberá perceber e ter uma opinião sobre o futuro e as coisas boas que
esse novo modelo tem trazido para a nossa Capital e para a transformação de
Porto Alegre. Muito obrigado, Ver. Bernardino.
(Não revisado pelo orador.)
(O Ver. Bernardino Vendruscolo assume a presidência
dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE
(Bernardino Vendruscolo): Obrigado, Ver. Alberto Kopittke.
Quero registrar a presença do Ver. Cabeleireiro
Dirnei Motta, do PPS, que vem nos visitar, lá da cidade de Rio Grande. Seja
bem-vindo, Ver. Dirnei Motta, V. Exa. e a sua comitiva.
A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra em
Comunicações.
A SRA. JUSSARA
CONY: Sr. Presidente; Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores; Ver. Dirnei Motta, de
Rio Grande, que acabou de ser saudado pelo nosso Presidente; eu venho a esta
tribuna para lembrar que no mesmo dia, Ver.ª Séfora, em que estávamos fazendo o
debate da Frente Parlamentar pela reforma política, junto com a Frente Gaúcha,
liderada pela OAB e onde eu vou ter de ter V. Exa. como relatora e a Ver.ª Any
como Vice-Presidente, na qualidade de Presidente da Frente Parlamentar, ocorreu
uma audiência pública importantíssima nesta Casa sobre o Projeto de
Revitalização da orla do Guaíba, da qual, inclusive, não pudemos participar – o
João Derly participou em nome da nossa bancada –, porque estávamos lá nessa
Frente. E após essa importante audiência, eu fico impactada de o Prefeito
Fortunati comunicar que a Prefeitura não vai enviar mais representantes para as
audiências públicas na Câmara Municipal, porque estas, segundo o Prefeito, têm
sido audiências de palanque eleitoral, e não espaço de debates construtivos. Eu
não concordo com isso. Eu não concordo. Esta Casa tem feito debates altamente
construtivos. O debate de ideias, as opiniões das pessoas têm que ser
respeitadas, e isso passa exatamente pela democratização de todo um processo de
gestão.
Hoje, pela manhã, nós tivemos um debate, no Câmara
em Debate – eu, o Ver. Delegado Cleiton, Presidente da CUTHAB e a Arquiteta
Sílvia Carpenedo, representando o DEMHAB –, extremamente salutar, sobre a
questão da água e do saneamento, em Porto Alegre, que é a respeito da
regularização fundiária. Nós não podemos entender as coisas separadamente, há
uma transversalidade para as políticas públicas. Um lar não é só um abrigo da
chuva e do frio, é a necessidade de uma morada segura, confortável, com
ambientes saudáveis, com equipamentos sociais para promover a qualidade de vida
da comunidade, um local de integração familiar, um local onde nós aprendemos a
valorizar, inclusive, a autoestima dos cidadãos.
E esse debate foi muito profícuo porque nós pudemos
avançar na necessidade de que sejam respeitadas as decisões, em todos os níveis
– no Município, no Estado e na União –, do processo da Conferência das Cidades,
do qual participamos – oito Vereadores foram eleitos delegados. Já fomos para a
Conferência Estadual e, agora, estamos indo para a Conferência Nacional, que é
esse direito da implantação do Estatuto da Cidade.
O Plano Diretor de Porto Alegre só não é mais
avançado porque, no que se refere à especulação imobiliária, houve uma intervenção
concreta dos especuladores, que entravam com a perspectiva de uma regularização
fundiária na Cidade, a perspectiva de uma reforma urbana; entravam, inclusive,
com um direito às cidades sustentáveis, terra, moradia, saneamento,
infraestrutura urbana, transporte, serviços públicos, aí entra tudo: segurança,
educação, cultura, lazer, saúde, esporte, inclusive, o próprio trabalho decente
que tanto se discute nesta Casa, a questão de uma gestão democrática, a
cooperação entre os Poderes.
Nós tiramos da Conferência Municipal das Cidades o
apoio a um projeto de lei de iniciativa desta Vereadora, já que, há quatro
anos, não foi implantado o Conselho das Cidades, que a decisão política,
observando a Constituição brasileira nesta Cidade, na capital do Estado do Rio
Grande do Sul, inclusive, para fazer uma articulação política com a Região
Metropolitana... E o projeto desta Vereadora, na Comissão de Constituição e
Justiça, teve um parecer desfavorável. Então, nós não podemos legislar quando
há a omissão do Poder Público? Eu entrego esse projeto ao Prefeito! Aliás, nem
precisaria de projeto, é só cumprir o Estatuto da Cidade, é só cumprir a
Constituição, é garantir espaços de discussão! Ferramenta de gestão, um
Conselho das Cidades, composto, inclusive, pela maioria do próprio Governo, por
esta Câmara, pelos movimentos legítimos da sociedade, pelas entidades
representativas de arquitetos, de engenheiros que atuam mais nessa área. É um
conselho que é uma ferramenta de gestão participativa estratégica para fazermos
regularização fundiária dentro da própria reforma urbana. A Ver.ª Lourdes
participou desse processo também. Aliás, eu quero dizer que as Vereadoras têm
se destacado nesse processo. Quero também destacar o papel do Ver. Cleiton e,
de uma forma, de todos nós. Agora, nós não podemos admitir que não se tenha a
perspectiva de legislar quando há uma omissão do Poder Público. Eu vou
contestar porque é inadmissível que não se cumpra o Estatuto da Cidade. Nós
vamos para uma Conferência Nacional para a qual temos que levar, inclusive, as
dificuldades em que vivemos. Não faltam só 80 mil habitações na cidade de Porto
Alegre! Esse é um aspecto quantitativo. Sob o ponto de vista qualitativo, de
direitos de cidadania em torno de uma casa, são muito mais de 80 mil moradias,
porque nós queremos uma cidade sustentável. Creio também que temos instrumentos
importantes para enfrentar, por isso o Conselho das Cidades seria importante.
Nós temos elementos para resolver a questão da habitação e regularização
fundiária, que hoje nós enfocamos, e o transporte e mobilidade urbana. Tem que
se fazer um planejamento integrado, aliás, de tudo que se trata das cidades.
Porto Alegre é um centro irradiador para a Região Metropolitana. Nós temos que
ter saneamento ambiental, fazer a regulamentação do marco regulatório do
saneamento, temos que ter democracia participativa e gestão democrática,
trabalhar com a reforma urbana não apenas com esse olhar da moradia, mas sob o
aspecto de transversalidade geral do direito a uma cidade com cidadania.
Legislar sobre o interesse local e participação
popular na política compete, sim, a este Legislativo. A previsão do Estatuto da
Cidade é de que todos os Estados e Municípios criem os conselhos para
participarem do Sistema Nacional de Gestão das Cidades. Porto Alegre observa o
Estatuto há quatro anos e por que não implanta? Por que não podemos? O que eu
estranho é que há o precedente do Projeto de Lei nº 021/03, que cria o Conselho
Municipal de Desenvolvimento, o Comude – e eu apoio esse projeto, ele é importante
–, obtendo a aprovação da Comissão de Constituição e Justiça. Qual é a
diferença entre os projetos? O Comude não tem legislação nacional. É uma
orientação municipal importante. Agora, o Cocidades tem orientação, tem o
Estatuto da Cidade. Não pode ter dois pesos e duas medidas se quisermos fazer
gestão. Gestão envolve, sim, o Poder Legislativo. Gestão envolve a participação
popular. Aliás, gestão, Ver. Comassetto – V. Exa. que, juntamente com o Carrion
é autor de várias legislações nesse sentido, ao longo da história desta Câmara
de Vereadores –, é observar o significado das propostas da comunidade que no
Conselho das Cidades poderão vir.
Eu pertenço ao Conselho Estadual das Cidades,
vamos, agora, para a Conferência Nacional das Cidades, e, com certeza, vamos
fazer um seminário. O nosso mandato vai fazer um seminário nesta Casa para
discutir se nós temos ou não o direito de contribuir para que Porto Alegre
tenha uma gestão plena para fazer reforma urbana já! É uma das reformas
estruturantes, a reforma política. A Ver.ª Lourdes e a Ver.ª Séfora estavam
conosco lá.
Há outras reformas estruturantes, mas a reforma
urbana é uma delas para que o Brasil seja uma nação livre, soberana e
democrática. Era isso, Sr. Presidente. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): A Ver.ª Lourdes Sprenger está com a palavra em
Comunicações.
A SRA. LOURDES
SPRENGER: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, o meu tema, também,
será sobre os Conselhos. Porto Alegre registra na sua história recente a marca
da presença dos Conselhos Municipais em sua vida política e institucional.
Desde a década de 1930 a nossa Cidade passou a
organizar Conselhos Municipais, sendo o primeiro, o Conselho de Contribuintes
de 38; a seguir, o do Plano Diretor de 1939; e o de Serviços Públicos em 1952.
Mesmo vivendo as agruras do período da ditadura na
década de 1970, Porto Alegre chegou a ter oito Conselhos Municipais. Mais
tarde, depois da Constituição de 1988, a cidade de Porto Alegre passou a
implantar vários conselhos com composição tripartite, ou seja, com
representação do Executivo Municipal, de instituições setoriais, e de
comunidades organizadas.
Os Conselhos são, hoje em dia, órgãos que têm a
democracia na base do seu processo com a finalidade, juntamente com a Câmara de
Vereadores, de trabalhar no sentido do interesse da população propondo e
fiscalizando as políticas públicas e a execução dos orçamentos.
A afirmação dos Conselhos Municipais nos coloca
diante de uma relação moderna e participativa de competências entre sociedade e
Poder Público. Então, essa capacidade que tem a sociedade de intervir nas
políticas públicas, interagindo com o Poder Executivo na definição dos planos
de ação do Município, é uma forma de participação que Porto Alegre vem adotando
e aperfeiçoando ao longo dos últimos 70 anos. E os exemplos estão diante de
nós, com atuações que exprimem o mais alto sentido social, como é o caso do
Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, do Conselho
Municipal de Cultura, do Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano e
Ambiental, do Conselho Municipal de Educação e de tantos outros que deixam,
nesta Casa, a sua marca de desprendimento e contribuição, tanto nas sugestões
de demandas legislativas quanto no acompanhamento e debate de políticas
públicas pelas Comissões Permanentes da Câmara de Vereadores. O Conselho
Municipal significa essa capacidade de a sociedade organizada intervir nas
políticas públicas. É uma garantia para os cidadãos, para os grupos sociais,
para as comunidades, que podem acompanhar de perto as decisões administrativas,
supervisionando e avaliando o alcance dessas decisões.
Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, a
breve apreciação que faço aqui sobre a importância histórica, política e institucional
dos conselhos de Porto Alegre visa trazer essa amplitude de experiências
exitosas para a área de defesa e proteção animal. O cuidado da saúde animal
está intimamente ligado à questão da saúde pública. Curitiba já tem seu
Conselho Municipal dos Direitos Animais desde 2005; Campinas, desde 2004; e a
cidade do Rio de Janeiro o criou em 2007. Poderíamos citar ainda uma lista de
Municípios paulistas e mineiros que adotaram a mesma iniciativa. Porto Alegre
não pode deixar a desejar sendo uma das capitais brasileiras que apresenta um
dos maiores índices de presença de animais domésticos por habitante, dado que
deverá ser oficializado pelo IBGE em pesquisa inédita no País.
Ao instituirmos o Conselho Municipal dos Direitos
Animais em nossa Cidade, o debate sobre a questão animal será mais amplo; a
contribuição para a formulação de políticas públicas será mais efetiva; os
processos de controle populacional por intermédio da esterilização serão
acompanhados e fiscalizados, assim como o controle de zoonoses e as políticas
específicas para os animais de periferia. O projeto de lei de minha autoria que
tramita nesta Casa e cria o Conselho define pré-requisitos para a participação
das entidades atuantes na área de proteção animal bem como para as organizações
não governamentais.
Finalizo,
Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, dizendo que este Conselho é
um caminho natural, pois é uma legislação que amplia o modelo já consagrado por
um novo critério, em novo padrão e uma nova experiência.
O Sr. Engº
Comassetto: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver.ª
Lourdes. Estava aqui ouvindo atentamente o seu pronunciamento; a senhora tem
essa pauta de tratar da política para os animais em Porto Alegre, entre elas o
tema da sanidade. Eu tive o prazer e a satisfação, lá no ano de 1990, quando
era diretor da SMIC, de instituir, na Lomba do Pinheiro, o Centro de Zoonoses,
e no período mais recente o Centro de Zoonoses, no nosso ponto de vista, tem
perdido a sua capacidade de fazer uma gestão de sanidade em toda a Porto
Alegre. Eu quero aqui trazer essa sugestão para que nós possamos, talvez, fazer
uma visita ao Centro e fazer um debate aqui sobre a política de zoonoses,
porque, principalmente nas comunidades irregulares, há um descontrole, não digo
que total, mas muito grande, de animais domésticos, com um conjunto de doenças
que nós sabemos que são transmissíveis, e isso faz parte da saúde pública, como
a senhora está dizendo. Um grande abraço e obrigado.
A SRA. LOURDES
SPRENGER: Certamente, Vereador, é por isso que nós nos antecipamos nessa proposta
do Conselho Municipal dos Direitos Animais, que vai abranger inclusive animais
domésticos e silvestres. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. Engº Comassetto está com a palavra em Tempo
Especial.
O SR. ENGº
COMASSETTO: Sr. Presidente, meus colegas Vereadores, Vereadoras, senhoras e
senhores. (Procede-se à apresentação de PowerPoint). Eu quero aqui prestar
contas de uma das atividades externas que realizei agora neste mês que passou,
no mês de outubro. Eu cumpro um papel, hoje, de Conselheiro Nacional das
Cidades, e a V Conferência Nacional das Cidades, de 20 a 24 de novembro, tem um
grande objetivo, que é a constituição do sistema nacional de desenvolvimento
urbano, que está constituindo um sistema que é uma política de desenvolvimento
urbano, porque, a partir da constituição do Ministério das Cidades, por
intermédio do Presidente Lula, é que se deu a importância devida para as
cidades. Nós sabemos que todos os problemas da cidadania acontecem no
território da cidade, e nós que estamos aqui vivemos isso no dia a dia.
Portanto, esse sistema nacional, Sr. Presidente, tem por objetivo ser um
processo republicano; que a União, o Estado e o Município cumpram esse papel.
Como conselheiro nacional, com a delegação desta
Casa, sem ônus para esta Casa, eu tive a satisfação de ajudar na coordenação de
três conferências estaduais: a primeira, que foi no Rio Grande do Norte, em
Natal, fazendo toda a discussão do Sistema Nacional das Cidades. No Rio Grande
do Norte, que tem 160 cidades, 140 delas realizaram, Ver.ª Jussara Cony, as
conferências municipais das cidades. Depois de Natal, participamos, em Minas
Gerais, da Conferência Estadual de Minas Gerais, em Belo Horizonte, um dos
Estados que mais Municípios tem, mais de 800 Municípios. Havia uma participação
muito grande de pessoas debatendo todos os pontos, todos os temas relacionados
à constituição do Sistema Nacional de Desenvolvimento Urbano.
Cumprimento aqui os nossos colegas lá de Rio
Grande, os Vereadores aqui presentes, o Município do Rio Grande do Sul que mais
recurso recebe num programa de desenvolvimento nacional, estadual e municipal;
é um exemplo de investimento que tem que se fazer nos Municípios, e creio que
no Legislativo há muitas tarefas para poder adequar toda a política local.
Então, diante disso, continuamos na nossa
participação. Participamos da Conferência Estadual do Amazonas, em Manaus.
Manaus tem uma característica, é como um continente onde há 62 Municípios,
sendo que 45 deles realizaram as suas conferências municipais. E uma das
particularidades é que pessoas de muitos Municípios do Amazonas, para chegarem
até Manaus, levam sete dias de barco. Isso demonstra a grandeza que está tendo
esse debate em todo o Brasil.
Saindo da Conferência Estadual do Amazonas, fomos
para a reunião do Conselho Nacional das Cidades, coordenada pelo Ministro
Aguinaldo Ribeiro, que faz parte do programa da coalizão nacional para
desenvolver este País. O Ministro participou conosco, e apresentamos lá uma
resolução, Sr. Presidente, levada aqui pelos movimentos sociais, que hoje, o
Programa Minha Casa, Minha Vida e entidades, no momento em que se instala, tem
a dificuldade de os Municípios acompanharem, e vêm os serviços sociais, os
serviços de saúde e educação conjugados. E apresentamos a resolução para que
cada empreendimento desses tenha uma verba de
6% a mais, destinada aos Municípios para que sejam instaladas escolas, postos
de saúde, serviços sociais, geração de emprego e renda. Isso foi aprovado no
Conselho e está neste momento nas mãos do Ministro Agnaldo Ribeiro para fazer a
resolução e encaminhar à Presidente da República para dar a publicidade.
Quero falar aqui,
principalmente ao Governo Municipal e à sua assessoria, que esta é mais uma
conquista. Como dizem alguns Vereadores, entre eles o Ver. Brasinha, que o Ver.
Comassetto é um Vereador nacional, quando nós vamos nessas atividades de
representação nacional, nós vamos para trabalhar e conquistar efetivamente
demandas e soluções para Porto Alegre.
Concluo dizendo que o
que aconteceu aqui em Porto Alegre, no final de semana, com a vinda da
Presidente Dilma junto com o Governador Tarso Genro e o Prefeito Fortunati,
que, nesse processo republicano, União, Estado e Município concretizaram um
sonho de Porto Alegre, que é a conquista do metrô. São mais R$ 4,7 bilhões para
investimento na cidade de Porto Alegre, e para isso é preciso ter política. E
esta Casa não pode se furtar em fazer a revisão do Plano Diretor para adequar
tudo isso e constituir o Conselho Municipal das Cidades. E agora, em novembro,
haverá a Conferência Nacional das Cidades; lá estaremos, eu e outros Vereadores
desta Casa representando Porto Alegre e ajudando a construir as políticas.
Como já dizia
Tolstoi: “Se quiseres ser universal, defende a tua aldeia!” Porto Alegre é a
nossa aldeia e é o nosso trabalho.
Aqui, mais uma
prestação de contas do trabalho que realizamos nessa viagem que fizemos
representando Porto Alegre e os Vereadores do Brasil no Conselho Nacional das
Cidades. Um grande abraço. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Obrigado, Ver. Comassetto. Solicito a V. Exa. que presida os trabalhos
para que eu faça meu pronunciamento.
(O Ver. Engº
Comassetto assume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Engº Comassetto): O Ver.
Bernardino Vendruscolo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr.
Presidente, senhoras e senhores Vereadores, pessoas que nos assistem, quero
retornar os cumprimentos ao Vereador Cabeleireiro Dirnei Motta, que vem lá de
Rio Grande; Vereador, não pense V. Exa. que este Vereador que vai falar é um
Vereador de oposição. Este é um Vereador que não faz parte da oposição
nem da situação, mas tem posições quanto a algumas questões da Cidade. Quero
iniciar dizendo que lamento profundamente as agressões à família do Prefeito
Fortunati e aos moradores do prédio onde reside o Prefeito Fortunati durante
essa movimentação dos últimos dias. Acho que nós temos que respeitar, defender
as questões sociais em defesa das questões pontuais de cada segmento, mas,
infelizmente, não podemos apoiar ações iguais àquelas que lá foram praticadas.
Também queremos dizer que sabemos que o Prefeito Fortunati
tem feito um esforço enorme para solucionar os problemas da nossa Cidade. Entre
eles, é um que vou mostrar – isso está ficando tão velho quanto eu aqui nesta
Casa, de tantas vezes que já mostrei, mas tempo o suficiente de o próprio
Prefeito Fortunati ter dado um outro encaminhamento para isso. Então, não
vamos, agora, deixar de dizer, Prefeito Fortunati.
Está aqui, nesta Casa, um projeto, encaminhado pelo
Executivo, que trata dos prédios inacabados do Centro Histórico. Eu cito esse
prédio, que é tão histórico, quase, como Porto Alegre, há 60 anos está
aguardando a sua conclusão. (Mostra foto.) Aqui, esse outro prédio também, na
Rua Marechal Floriano, esquina com Rua Riachuelo, que os senhores podem pensar
que é o mesmo prédio, porém são fotografias de anos diferentes, só troca o
tapume. (Mostra foto.) Isso aqui é no Centro de Porto Alegre. O projeto do
Executivo trata, Ver. Engº Comassetto, de incentivar a conclusão das obras
inacabadas no Centro Histórico. Só que nós não temos obras inacabadas só no
Centro Histórico, nós temos obras inacabadas de prédios históricos servindo tão
somente de criatório de morcegos em toda a Cidade. Vou citar um aqui: Av.
Cristóvão Colombo com a Rua Garibaldi. (Mostra foto.) Este aqui é na Rua
Santana próximo ao Pronto Socorro, quase esquina com a Av. Venâncio Aires.
Prédio histórico, tombado, e tem que tomar jeito. Olha aqui, outro, lá no
Jardim Leopoldina, encravado no centro do Jardim Leopoldina. (Mostra
fotografia.) Olha só aqui: isto aqui está servindo para uso dos traficantes,
das pessoas que, infelizmente, não têm melhores condições, mas estão usando-o
lá de forma precária. Os moradores da redondeza seguidamente são assaltados
ali; eles se escondem lá dentro dos escombros dessa obra, e por aí nós vamos.
Também, para finalizar as fotografias, mostro este aqui, que é tão conhecido, é
tão defendido por mim, na busca de que ele venha a ser a sede do Museu do
Gaúcho. (Mostra fotografia.) Cento e quinze anos de história, berço do
tradicionalismo, um projeto chamado Grêmio Gaúcho, que surgiu lá em 1893, de
autoria de João Cezimbra Jacques, porque, naquela época, senhores e senhoras,
buscavam defender a cultura regional e brasileira, porque adentrava aqui, na
América do Sul, muito influentemente, a cultura estrangeira. Então, os grêmios
tiveram esse objetivo lá, naquela oportunidade. Mas este aqui é o berço do
tradicionalismo, e nós estamos buscando assegurar a este prédio, Ver. Engº
Comassetto e demais Vereadores, para que aqui possa ser o Museu do Gaúcho.
Eu fiz a provocação antes, porque eu não sou
oposição e não sou da situação, e aqui nós temos votado, às vezes, Ver.ª
Fernanda Melchionna, não raras vezes, com a oposição. Quando nós entendemos que
as questões, o projeto, enfim, nos convence, nós votamos com a oposição; e votamos
também com a situação. Mas não podemos nos furtar de fazer crítica à situação e
crítica à oposição quando achamos que deve ser feita, e esta crítica aqui é,
sim, à administração, às Secretarias que fazem parte do Governo do Município,
que têm que colaborar, têm que se unir, e têm que dar um resultado, têm que
resolver isto aqui, porque são questões que não são deste Governo, mas o
Governo que está aí agora é o Governo Fortunati. Tem que dar um jeito! Nós
temos que fazer um trabalho integrado entre as Secretarias e os departamentos,
para dar uma solução, porque esses prédios inacabados servem tão somente para
criatório de morcego, de baratas, de todas as pragas que podem trazer problema
à saúde da população, além dos riscos de acidentes, de incêndio e de
desabamento que estão oferecendo. Obrigado, Vereador.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Engº Comassetto): Visivelmente, não há quórum. Estão encerrados os
trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 16h3min.)
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